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| Crédito: Google Images/Reprodução |
Por Danilo Pinhal
Hoje em dia, quase nada é sagrado. Com as mídias sociais tornando-se um dispositivo de comunicação onipresente, quase não há tema que não se esgote, seja discutido e debatido publicamente para o mundo ver.
A essência das mídias sociais depende da vontade das pessoas de se engajarem com seus amigos, colegas e estranhos completos até mesmo sem qualquer filtro natural.
Mas quando se trata de morte, fazemos uma pausa. O que é apropriado? O que é culturalmente aceitável? E, se somos honestos, o que nossos seguidores gostariam de ver? Quando as celebridades morrem, milhões de pessoas saem às mídias sociais para expressarem seu choque, dor e tristeza.
Isto me é estranho, porque esse comportamento não ocorreria em qualquer outro fórum de discussões.
Quanto conversa no trabalho houve no dia seguinte em que Robin Williams morreu? Alguém ligou para um amigo para falar sobre seus filmes favoritos ou programas de TV com o falecido?
No entanto, os nossos feeds do Facebook e Twitter foram levados praticamente ao longo de mensagens de pêsames de aparentemente todos. Por que esta via de mão dupla? Por que as pessoas tomam para a mídia social, quando é evidente que eles não se envolvem em qualquer outro canal de comunicação com a mesma mensagem?
Para mim, essas mensagens de pesar soam falsas, os escritores procuram principalmente atenção na forma de engajamento social com seus posts. Quando os amigos pessoais ou familiares morrem, torna-se ainda mais complicado.
Como é que vamos responder? Como podemos expressar nosso verdadeiro choque, dor e tristeza quando é alguém que realmente conhecemos? E é mídia social, mesmo o fórum certo? A maioria de nós sabe que não devemos ser os portadores públicos de notícias ruins de outras pessoas, tirando este trabalho daqueles que estão mais imediatamente em luto. No entanto, não é raro ver um amigo ou membro da família estendida ser o primeiro a compartilhar a notícia no Facebook, em vez da família. (Para ser justo, isso acontece para ocasiões felizes também, como compromissos de casamento ou anúncios da gravidez.)
Será que isso aconteceria fora do mundo da mídia social? O que leva as pessoas a violarem a privacidade de alguém em um momento tão sensível? A mídia social com notícias a qualquer custo fez com que elas fossem as primeiras a espalaharem as novidades sem mensurarem o impacto em seu entorno?
Apropriadamente, esperamos a família postar alguma coisa pela primeira vez.
Verificamos regularmente seus feeds, esperando o sinal apropriado que seria o OK para comentar a situação. Quando o post vem, é doloroso e angustiante lê-lo, e nós rapidamente tentamos evocar as palavras certas em resposta.
As palavras são tão importantes, é claro, porque elas vão ser vistas não apenas por quem está em luto, mas por todos os seus amigos (e possivelmente a nossa) também. Não é apenas sobre eles; trata-se de nós também - precisamos ter uma boa aparência.
Esta é a diferença crucial entre postar uma mensagem de condolências em mídias sociais e escolher um método mais antigo, mas provavelmente mais altruísta e significativo - como o envio de uma carta, ligar à família, ou se oferecer para ajudar de alguma forma.
A realidade de hoje é que é mais fácil e mais rápido postar algumas palavras sobre alguém no Facebook e depois voltar para o nosso cotidiano, tendo-nos sido "engajados" com aqueles de luto, mas não tendo de gastar muito esforço em fazê-lo.
É a mesma maneira que nós tratamos os aniversários; quando o Facebook nos diz que é o grande dia de alguém, nós rapidamente postamos algo em seu feeed de notícias e continuamos com o nosso dia.
A ironia é que a mídia social acaba sendo o menos social das nossas alternativas, e a morte de um ente querido requer um envolvimento mais profundo do que o Facebook ou o Twitter poderia fornecer.
Meu próprio instinto diz para rejeitar o gesto superficial de postar algumas palavras gentis no Facebook e, em vez disso fazer algo mais significativo para a pessoa em luto.
Vem a minha cabeça atitudes como conversar com as pessoas pelo telefone, oferecer um ombro amigo para chorar e claro, ir ao funeral. O que você acha?
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